Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Ao longo dos anos, o tema tem ganhado cada vez mais destaque e novas definições, como explicou o psicólogo Tony Luís.
“Tem crescido o número de profissionais na área e também o interesse da população. A saúde mental envolve diversos fatores, incluindo a saúde física. Hoje, entendemos saúde mental como um estado de bem-estar físico e psicológico, no qual conseguimos exercer nossas responsabilidades e atribuições sem dificuldades ou prejuízos”, destacou.
Tanto a ansiedade quanto a depressão podem gerar impactos a longo prazo quando não identificadas e tratadas. Por isso, conhecer a si mesmo e buscar ajuda profissional são passos fundamentais para manter o equilíbrio emocional. O apoio familiar também é considerado crucial nesse processo.
Para Tony, a comunicação é indispensável. “Talvez, com as redes sociais, as pessoas estejam se isolando mais. E, sem socialização, ninguém percebe quando há algo errado”, alertou. Um estudo publicado em 2024 pelo Instituto Cactus e pela AtlasIntel reforça essa preocupação: o levantamento mostrou que o uso das redes sociais está ligado a 45% dos casos de ansiedade em jovens de 15 a 29 anos.
Ansiedade e depressão são a mesma coisa?
Segundo o psicólogo, há diferenças importantes entre os dois transtornos. A depressão costuma se manifestar, principalmente, por sintomas como perda de sono, isolamento e distúrbios alimentares, embora não se limite apenas a eles. Já a ansiedade, além de sintomas semelhantes, pode incluir sono inadequado -caracterizado por baixa qualidade do descanso -irritabilidade, alterações na pele e no cabelo, queda da libido e outros sinais.

Enquanto a ansiedade é marcada pela preocupação excessiva com o futuro, a depressão se configura por tristeza persistente, perda de interesse e falta de energia. No Brasil, a prevalência registrada em 2023 foi de 26,8% para ansiedade e 12,7% para depressão, segundo o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia.
Durante a entrevista, Tony Luís ressaltou que é necessário que as pessoas entendam que buscar profissionais significa lutar pelo seu próprio bem. “Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade consigo mesmo e com quem está ao seu redor”, declarou.
Cuidar da saúde mental é um compromisso coletivo e individual. Falar sobre o assunto, compartilhar informações e estimular o diálogo são caminhos para reduzir o preconceito e fortalecer a rede de apoio, ajudando cada vez mais pessoas a enfrentarem seus desafios emocionais.
